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domingo, 14 de julho de 2019

Radiodocumentário: A história da Série D - Parte 2: Saindo da lama

Este é o segundo episódio do radiodocumentário "A história da Série D".

O tema: quem já conseguiu sair da última divisão.

Aliás, Última Divisão - coincidências! - é o nome do projeto multimídia do qual faz parte nosso convidado, Diego Freire.

Solta o play aí!

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Radiodocumentário: a história da Série D - Parte 1: O início de tudo

E aí, tudo bem?

Está no ar o radiodocumentário "A história da Série D". O TEM BOLA NA TUBA vai contar a história da divisão mais raiz do nosso Brasileirão, trazendo um olhar de quem já a viveu.

No primeiro episódio, vamos contar como começou essa festa que esperamos todos os anos. Era uma vez...

Participação de Felipe Augusto, criador e editor da Revista Série Z. Prepare a pipoca!

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Copa do Brasil: aproveitando a deixa - Parte 4: 2016

2016 foi um ano histórico para o esporte no Brasil: foi a primeira vez que nosso país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza sediou os Jogos Olímpicos.

Mas aqui não tratamos de vela, remo, levantamento de peso ou arremesso de dardo, não é mesmo? Aí já é assunto demais.

Vamos seguir com a Copa do Brasil. Mesmo em ano de Olimpíada, ela não pode parar. Pode ter todos esses esportes aí, mas sempre haverá quem prefere nosso futebol raiz.

Hey, ho, let's go!



São Paulo

Vagas do estadual de 2015: 3 primeiros

Santos, Palmeiras e Corinthians

Representante(s) na Libertadores de 2016: Corinthians, Palmeiras e São Paulo

Vaga(s) adicional(is): Ponte Preta e Red Bull Brasil (o São Paulo tinha a primeira vaga adicional, mas foi à Libertadores)

Como fez em 2013, a Ponte Preta vem nos mostrar que times que dificilmente correm risco de sumir do mapa também vão à Copa do Brasil para tapar o buraco deixado na primeira fase pelos que só entram nas oitavas.

A Macaca nunca esteve nem perto da Série D desde que ela foi criada. Já faz anos que não sabe nem mesmo o que é Série C.

Por isso, o lugar dela já é nos SporTVs e ESPNs da vida. Próximo, por favor!

O Red Bull Brasil fez bonito na primeira participação na elite do Campeonato Paulista, chegando às quartas de final de 2015. Em apenas oito anos de existência.

E precisou que São Paulo garantisse três times na Liberta de 2016 para ir à Copa. Só por causa da bendita regra que dá vaga ao campeão da Série A2 do estadual. Se fossem os quatro melhores da primeira, como no Rio, seriam necessárias apenas duas vagas abertas.

Na estreia contra o América Mineiro, empate em 1 a 1 e bilhete emitido para Belo Horizonte.

Jogo de volta na Arena Independência. Ah, aquela famosa frase. Como esquecê-la? "Caiu no Horto, tá morto".

Mas morto lutando. A derrota decisiva para o Coelho, que tinha acabado de voltar à Série A nacional, foi por 3 a 2. Nada mal. Coisa do jogo.

Minas Gerais

Vagas do estadual de 2015: 3 primeiros

Atlético, Caldense, Cruzeiro e Tombense

Representante(s) na Libertadores de 2016: Atlético

Vaga(s) adicional(is): América

Pois veja só que coincidência! Falávamos justamente do América e o Coelho também entrou por vaga adicional.

Mas não estava nem nunca esteve na Série D. Já esteve na C, quando ela era a última divisão. E quando a Quartona foi criada, seguiu na Terceirona. Próximo Estado, por gentileza!

Rio Grande do Sul

Vagas do estadual de 2015: 3 primeiros

Internacional, Grêmio e Brasil de Pelotas

Representante(s) na Libertadores de 2016: Grêmio e Internacional

Vaga(s) adicional(is): Juventude e Ypiranga

Sim, o Juventude já esteve na Série D. Mas já tinha saído dela em 2016. Além de ter ficado na Primeira Divisão por muitos anos e vencido a Copa em 1999.

Já o Ypiranga tinha acabado de deixar a Quartona. Por pouco não garantiu sua presença nesta postagem. Mil desculpas aos erechinenses, nada contra o Canarinho. Mas como diria o velho comentarista, a regra é clara: não está na Série D ou sem Brasileirão, tá fora. Aqui tem gerência.

2016 acaba por aqui.

E atenção!

A próxima postagem tratará do início de uma nova era na nossa querida Copa do Brasil.

Espere e verá.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Copa do Brasil: aproveitando a deixa - Parte 3: 2015

No capítulo anterior, relatamos a participação dos times que esperaram a definição dos classificados para a Libertadores para saber que estariam na Copa do Brasil de 2014.

Ano em que tivemos Copa do MUNDO no Brasil. Mas não só ela, né? Mesmo ano de Mundial ainda tem Brasileirão, estaduais, Libertadores, Copa Sul-Americana etc.

Enfim. O ano agora é 2015.

Apertem os cintos. Vamos ver como a turma se saiu. Será que alguém conseguiu aquela viagem dos sonhos, aquele jogo que só a Copa pode tornar real (ou quase isso)?

São Paulo

Vagas do estadual de 2014: 3 primeiros

Ituano, Santos e Palmeiras

Representante(s) na Libertadores de 2015: São Paulo e Corinthians

Vaga(s) adicional(is): não houve

Olhe só que coincidência!

Dois grandes terminaram o Paulistão de 2014 entre os três primeiros colocados da Série A1, Peixe e Porco.

E os que obtiveram a vaga no torneio continental foram justamente as outras duas potências do Estado dos bandeirantes, Timão e Tricolor!

Significa: nada de vagas extras. Trabalho a menos. E que a fila já pode andar.

Rio de Janeiro

Vagas do estadual de 2014: 4 primeiros

Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense e Cabofriense

Representante(s) na Libertadores de 2015: não houve

Vaga(s) adiciona(is): Boavista

Ué, como assim?

Se o Rio não teve representante na Liberta de 2015, como pode ter havido vaga adicional?

Acontece que o Fluminense entrou direto nas oitavas por ter sido o melhor colocado da Série A entre os que não foram ao torneio continental, o qual acabou tendo apenas cinco representantes brasileiros (nenhum havia vencido a Liberta nem a Sul-Americana um ano antes). E o regulamento previa a vaga direta para seis times.

Por isso, o Boavista, quinto colocado do Carioca de 2014, acabou ficando com a vaga na primeira fase.

Foi sorteado para enfrentar primeiramente o ABC de Natal. Coincidentemente, o maior rival do América, primeiro e único adversário do time de Saquarema na Copa de 2014.

Coincidentemente, também perdeu a primeira por um gol de diferença. 1 a 0. Jogo de volta garantido. Devia estar com saudades das dunas de Natal.

E, coincidentemente, também perdeu a segunda por 2 a 0.

Saiu sem ter feito um golzinho sequer. Contra o América, também havia perdido as duas, mas conseguido balançar a rede uma vez.

Minas Gerais

Vagas do estadual de 2014: 4 primeiros

Cruzeiro, Atlético, América e Boa

Representante(s) na Libertadores de 2015: Cruzeiro e Atlético

Vaga(s) adicional(is): Tupi e Villa Nova

E olhe o Tupi aí de novo! Mais uma vez aproveitando o bom momento do futebol mineiro. Aproveitando que os dois gigantes das Alterosas venceram algo importante no ano anterior (Cruzeiro levou a Série A e Atlético a Copa do Brasil).

Como em 2013, quando a Raposa também faturou o Brasileirão e o Galo conquistou o maior título de sua história, a Libertadores.

Sabe onde o Galo Carijó foi jogar a primeira fase?

No Rio Grande do Norte. De novo o Estado dos potiguares!

E sabe contra quem? América? Não! Alecrim.

Um time alviverde sediado na capital, Natal. Mas que mandaria o jogo a 54 km de lá, em Goianinha.

Outra coincidência. O Tupi também meteu 2 a 0 na primeira partida, como havia feito com o Juazeiro em 2014.

Pela segunda vez seguida, não deixou seu primeiro oponente visitar Juiz de Fora.

Mais uma segunda fase pela frente. Nela, o Atlético Paranaense.

Time de elite. De Série A. Que quase nunca sai dela.

Essa visita o Galo Carijó vai ter que receber mesmo. Trate-a bem, Tupi! Ofereça comida. Mostre onde é o banheiro e tudo mais.

Que anfitrião simpático! Venceu por 1 a 0, sem maltratar, e se ofereceu para passear na casa do amigo!

Mas como não ter vontade de visitar Curitiba? (Aquilo que a Caldense não conseguiu.)

Vem o jogo de volta e o que acontece? O Furacão vence.

Mas é por 2 a 1. Igualdade na soma dos placares.

Opa! Dois a um? Um gol do Tupi na Arena da Baixada? É gol qualificado! É classificação!

Pela primeira vez no novo formato da Copa do Brasil, um time que entra por vaga adicional consegue passar para a TERCEIRA FASE!!

Isso só nos mostra que nem todos esses times são iguais. Não são sempre os que estão na Série D ou em divisão alguma do Brasileirão, aqueles que buscam se firmar no calendário nacional.

Aliás, podemos começar a relatar só a campanha dos que estão nessas condições? Está decidido. A delimitação vai ficar mais rigorosa. Só vamos falar dos jogos de quem estiver ou na Quarta Divisão ou em nenhuma delas.

Em tempo: o Tupi acabou não passando da tal terceira fase. O Ceará o derrubou ao empatar a primeira e vencer a segunda.

E o Villa Nova? Esse sim. Tem a nova credencial.

Dissemos que o Coritiba não deixou a Caldense visitar a capital paranaense em 2014, não foi?

Pois o Coxa-Branca fez o mesmo com o Villa. Em Nova Lima, o Leão do Bonfim tomou 3 a 0. E tchau. Bem que dizem que curitibano não fala com estranhos.

Rio Grande do Sul

Vagas do estadual de 2014: 3 primeiros

Internacional, Grêmio e Brasil de Pelotas

Representante(s) na Libertadores de 2015: Internacional

Vaga(s) adicional(is): Caxias

Desculpe, Caxias. Desculpem, torcedores grenás. Vocês estavam na Série C em 2015. Nem sabiam o que era a Série D.

Ou seja, pela primeira vez será aplicada nossa delimitação mais rigorosa. Não vamos relatar sua participação. Lamento mesmo!

Até porque vocês não querem lembrar que caíram logo na primeira para o Capivariano, não é mesmo?

Vamos ficando por aqui. 2016 na próxima!

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Copa do Brasil: aproveitando a deixa - Parte 2: 2014

2014. Ano de Copa do Mundo. No Brasil.

Vamos falar de Copa? No Brasil?

Não! De Copa DO Brasil!

Seguimos relatando a trajetória dos times que esperaram meses, entre o fim dos estaduais e a conclusão do Brasileirão Série A, para saber que estariam no campeonato mais democrático do país.

Apertem os cintos, vamos chegar na nossa primeira parada.

Rio de Janeiro

Vagas do estadual de 2013: 4 primeiros

Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama

Representante(s) na Libertadores de 2014: Botafogo e Flamengo

Vaga(s) adicional(is): Resende e Boavista

Corta pra mim! Voltamos a falar do Resende por aqui. Será que o alvinegro do Sul do Rio repetiu 2013 e conseguiu derrubar ao menos um adversário?

Vixe Maria! Mas o primeiro tinha que ser logo o Vasco da Gama?

É, foi o preço pago pelos resendenses por terem avançado uma casa na Copa do ano anterior. Ganharam mais umas posições no ranking da CBF. Aí aumentou a responsa.

Sim, acabaram desclassificados. Mas não de forma doída.

Jogaram a primeira em Manaus, em 3 de abril. Na Arena da Amazônia, que havia acabado de ficar pronta para o Mundial e precisava de uns jogos pra continuar funcionando (o que você, caro leitor, cara leitora, pensa sobre isso?). E, já velhos conhecidos do oponente, conseguiram arrancar um empate sem gols.

Na volta, 13 dias depois, a tradição cruz-maltina falou mais alto. Mas não tão mais alto assim. Só 1 a 0.

Já o Boavista, que tem como mascote o Hulk por causa de sua cor, encarou o América de Natal.

No Brasileirão, os potiguares estavam na Série B. Mas tinham uma passagem recente pela Primeira Divisão, em 2007.

Foram o pior time da Série A na era dos pontos corridos? Sim.

Mas e o Boavista, que nunca chegou nem perto da elite?

Novamente, a história pesou.

Primeiro jogo, 2 de abril. Em Saquarema, Região dos Lagos.

O América vence. Faz dois gols. Mas o Boavista consegue um. E esse gol é o cartão de embarque para a bela Natal!

O jogo lá é exatas três semanas depois. O Hulk volta a perder, agora por 2 a 0. E dá adeus. "Mas vamos aproveitar que estamos aqui e pegar aquele passeio de buggy nas dunas, né?" (Alguém aí já fez?)

Dim-dom! A telinha apitou! O próximo Estado já é esperado no guichê.

Minas Gerais

Vagas do estadual de 2013: 4 primeiros* (inicialmente, seriam os 3 primeiros e o campeão da Taça Minas Gerais, a qual acabou não tendo inscritos suficientes. Falta de quórum.)

Atlético, Cruzeiro, Tombense e Villa Nova

Representante(s) na Libertadores de 2014: Atlético e Cruzeiro

Vaga(s) adicional(is): Tupi e Caldense

Cocoricó! O Tupi também volta a dar as caras na série.

O Galo Carijó agora estreia contra o Juazeiro, Juazeiro da Bahia.



Sim, o acesso para a Série C nacional rendeu ao time de Juiz de Fora um lugar na metade de cima do ranking dos classificados para a Copa.

Por isso, teve como adversário um que nunca tinha tido destaque em nível nacional. A maior conquista do Juazeiro Social Clube (o nome é esse mesmo!) foi ter revelado o lateral da Seleção Brasileira, Daniel Alves.

Por aqui, começamos a aplicar aquela regra famosa. Tem classificação melhor na CBF? Faz a primeira partida na casa do rival? Venceu por dois ou mais gols de diferença?

Está na próxima fase. Pronto. Não tem segundo jogo.

Assim fez o Tupi, em 12 de março. Venceu pelo menor placar entre os que evitariam que o Juazeiro fosse passear na Zona da Mata mineira. 2 a 0.

O próximo desafio? "Apenas" o Fluminense.

O Fluminense de Feira, também na Bahia? Não. O original. O Tricolor das Laranjeiras.

Novamente, a regra "ganhou por dois ou mais, tá lá" valeu. Mas dessa vez foi contra o Carijó. Pois também valeu a grandeza nacional do Flu, que é desses que dispensam apresentações.

No único jogo, em 23 de abril, os dois gols necessários para não deixar o Tupi visitar a Cidade Maravilhosa (que é pertinho de Juiz de Fora!) e mais um de lambuja. Total: 3 a 0. É hora de dar tchau.

Chegando agora a Caldense. Campeã mineira em 2002, num torneio sem os grandes Atlético e Cruzeiro. Eles estavam na Copa Sul-Minas, alguém se lembra dela?

O primeiro adversário, Duque de Caxias, já não vivia o melhor momento. Tinha acabado de ser rebaixado para a segunda divisão do Rio de Janeiro. Atrás de times como Resende, Friburguense, Nova Iguaçu e Bonsucesso.

O time da Baixada Fluminense só tinha a vantagem do ranking nacional por estar na Série C do Brasileirão (e, três anos antes, na B).

Logo, não era surpresa que os de azul, branco e laranja "convidassem" a Caldense para um passeio no Grande Rio. Também conhecido como: deixá-la vencer por 2 a 0. Era 2 de abril, em Poços de Caldas.

Na volta, duas semanas depois, o pessoal que veio do Sul de Minas mostrou que não estava na Baixada só para conhecer a Reduc. O empate em 2 a 2 foi o suficiente para se garantir na segunda fase.

Afinal, que graça tem esperar o fim do Brasileirão (e o cancelamento da Taça Minas Gerais) para ir à Copa e só enfrentar um time de pouca tradição como o Duque?

Taí! Vamos agora pegar o Coritiba. Aí é um desafio. Aí é o jogo dos sonhos. É Copa do Brasil, minha gente.

E melhor ainda: o time da Veterana pode conhecer a bela e ecológica Curitiba!

30 de abril era a data esperada. "Chegou. Vamos lá!"

"Acabou o jogo. Perdemos. 2 a 0. Poxa, Coxa. Coxa, poxa."

"Mas que maldade é essa? Curitiba é uma cidade tão linda, com seus parques e praças! Por que vocês não nos deixaram passear lá?"

É a vida, né? É o futebol, né?

Rio Grande do Sul

Vagas do estadual de 2013: 3 primeiros

Internacional, Lajeadense e São Luiz

Representante(s) na Libertadores de 2014: Grêmio

Vaga(s) adiciona(is): Não houve

A Libertadores de 2014 teve o Grêmio como único representante gaúcho. Porém, no Gauchão do ano anterior, o Imortal Tricolor foi apenas o quarto colocado. Ficou atrás do rival e campeão Inter, mas também dos surpreendentes Lajeadense e São Luiz de Ijuí.

Assim, não obteve a classificação necessária para uma vaga titular na Copa. Portanto, não haveria como abrir vaga para outro time.

É, deu erro 404. Vaga adicional não encontrada.

Paraná

Vagas do estadual de 2013: 4 primeiros

Coritiba, Atlético e Paraná

Representante(s) na Libertadores de 2014: Atlético

Vaga(s) adiciona(is): JMalucelli

Ele começou como Malutrom. Virou JMalucelli. Depois, Corinthians Paranaense. E voltou a ser JMalucelli.

E como JMalucelli disputaria mais uma Copa do Brasil. Com uma pedreira logo de cara: o Vitória da Bahia.

O primeiro jogo é em 19 de março, no Ecoestádio, em Curitiba. Até o estádio é diferente, alternativo, a cara do TEM BOLA NA TUBA. Por quê? Leia aqui.

O Vitória não consegue nem vencer. Que ironia do destino. Logo o time que tem vitória até no nome (além de estar na Série A)? O jogo termina 1 a 1.

"Vamos conhecer Salvador! Batucar com o Olodum no Pelourinho! Subir o Elevador Lacerda! Passear no Farol da Barra!"

Tudo isso já seria inesquecível. Só que o Jotinha queria mais. Bem mais.

Jogaria a partida de volta em 24 de abril, mais de um mês depois do jogo de ida.

Repetiu o 1 a 1 no Barradão, casa do rival. Vamos para a decisão por pênaltis. Como diria o velho narrador: "Haja coração, amigo!"

***ALERTA: FATO CHOCANTE***

Parem as máquinas!

O JMalucelli venceu! 5 a 3 nas penalidades!

Como diria outro famoso narrador, que viria a falecer naquele mesmo 2014: não há palavras para descrever este momento.

Já tratamos de vários times com vagas adicionais que conseguiram derrubar seus adversários na primeira fase da Copa do Brasil.

Mas os derrotados eram sempre times de menor expressão. Um Caxias do Sul, um Duque de Caxias, um Juazeiro da vida.

Nunca um de mais alto escalão. Nunca um que estava na Série A nacional.

É aquele momento em que um time não precisa aparecer no TEM BOLA NA TUBA para ter algum destaque.

E que coisa linda! Rendeu boas piadas de um grande rival que também estava na elite. As quais também não precisam dar as caras aqui.

No caso, do Bahia. Que, vale ressaltar, superou o Villa Nova de Minas na primeira fase daquela Copa.

Bom, mas tem a segunda fase, não é? Nela, o Jotinha perdeu as duas para os gaúchos do Novo Hamburgo. 1 a 0 na ida, 2 a 0 na volta.

Mas fez história. Cada um faz do jeito que pode, não é mesmo?

Por 2014 é só, pessoal!

Na próxima parte, vamos ver como foi o desempenho de quem assumiu vaga guardada em 2015.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Copa do Brasil: aproveitando a deixa - Parte 1: 2013

Olá, pessoal.

Tenho estado ausente por um longo tempo, não é mesmo? Mais de um ano, não é? Mil desculpas. É que não é fácil cuidar de tudo sozinho.

Mas agora é hora de voltar à ativa. Com tudo. E como for possível e melhor.

A partir de hoje, vamos falar de Copa do Brasil.

Você conhece, não é?

Sim. Aquele torneio que é conhecido como o caminho mais curto para a Libertadores. E também como o mais democrático do país.

A Copa é uma ótima oportunidade para se conhecer times de que nunca se havia ouvido falar. Só nela vemos jogos como Pirambu x Corinthians, Sobradinho x Botafogo e Ivinhema x Flamengo.

Está bem, esses duelos acontecem também na Copa São Paulo de Juniores. Mas vamos considerar aqui apenas o profissional.

Você sabe como é definida a maioria dos classificados para a Copa do Brasil, não é? Isso mesmo! Por meio dos campeonatos estaduais.

Acontece que, em 2011, a CBF definiu que a fórmula do torneio mudaria dali a dois anos. A partir de 2013, os times que disputassem a Libertadores passariam a entrar nas oitavas de final.

Isso significou uma segunda chance para as equipes que não conseguem terminar os estaduais na posição necessária para ir à Copa. Afinal, os primeiros colocados fora do grupo dos classificados poderiam assumir a vaga dos que iniciariam o torneio já nas oitavas.

E aí, vamos ver como foi isso na prática? Comecemos pelo primeiro ano da nova fórmula. 2013, como dito anteriormente.

Organizemos por Estado. Assim fica mais simples.

São Paulo

O Campeonato Paulista de 2012 classificou para a Copa do ano seguinte os três primeiros colocados.

Sim, são quatro os times de São Paulo que estão entre os chamados doze grandes do Brasil. Mas acontece que uma vaga ficaria com o campeão da segunda divisão estadual, chamada de Série A2.

Por que não é Série B? Melhor perguntar lá no posto Ipiranga. Ou na Federação Paulista de Futebol (FPF). A divisão que eles consideram a Segunda, a B, é na verdade a QUARTA.

Enfim, os três primeiros daquele campeonato foram Santos, Guarani e Palmeiras.

Destes, apenas o Palestra disputou a Libertadores de 2013, por ter sido campeão da Copa do Brasil um ano antes.

Em seu lugar, entrou a quarta colocada, Ponte Preta. Mas a Macaca é um time que vive entre a primeira e a segunda divisões do Brasileirão. Por isso, não vamos tratar dela por aqui. Não tem credencial.

Ah! Ficou curioso para saber quem ganhou a Série A2 de 2012? Foi o São Bernardo FC. E na Copa? Passou do Paraná Clube na primeira fase, mas logo depois foi derrubado pelo Criciúma.

Próximo Estado, por favor!

Rio de Janeiro

Na terra do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar, não há vaga para o campeão da Segundona. E o número de classificados é igual ao de times grandes: vão os quatro primeiros.

Os quais, em 2012, foram os esperados. Em ordem: Fluminense, Botafogo, Flamengo e Vasco da Gama.

Novamente, apenas um deles foi à Libertadores: o Tricolor das Laranjeiras, campeão brasileiro.

Porém, o Cruz-Maltino também ganhou o direito de entrar na Copa logo nas oitavas. Como melhor colocado da Série A de 2012 entre os que não obtiveram a vaga na Liberta, entrou no lugar do São Paulo. O Tricolor do Morumbi disputaria a Copa Sul-Americana no segundo semestre como detentor do título, uma regra que hoje não existe. Foi então excluído da Copa do Brasil, para evitar conflito de datas.

Como quinto e sexto colocados do Carioca de 2012, respectivamente, Resende e Volta Redonda assumiram os lugares de Flu e Vasco na fase inicial da Copa.

O Voltaço não estava em nenhuma divisão do Brasileirão de 2013. Na época, quase todos os estaduais classificavam para a Série D do mesmo ano. A estreia na Copa seria contra o Avaí.

O time do Guga estava na Série B nacional pelo segundo ano seguido.

A primeira partida aconteceu no sul do Rio, no dia 10 de abril. O Volta pensava em aproveitar que ainda tinha calendário nacional. Venceu por 1 a 0, gol do zagueiro André Alves.

Com a regra da época, o time de melhor posição no ranking da CBF (o Avaí, no caso) faria a partida de ida na casa do adversário. Se vencesse por dois ou mais gols de diferença, seria classificado sem o jogo da volta.

Assim, o resultado no Estádio da Cidadania impediu a incoerência: como poderia um time que se chama Volta não fazer jogo de volta? E garantiu ao Voltaço uma passagem para Florianópolis. Que coisa linda, não é? Quem não gostaria de visitar a Ilha da Magia?

Pois é. Pena que não se pode dizer o mesmo do jogo que aconteceu lá, no estádio da Ressacada, em 25 de abril. Aliás, nome apropriado para o local. Pois o Voltaço parecia estar mesmo de ressaca da vitória na Cidade do Aço, mesmo tendo se passado quinze dias. Perdeu por 4 a 1 e foi embora logo cedo.

Já o Resende (corta pra mim!) iniciaria os trabalhos contra o Caxias do Sul. O time gaúcho estava na Série C e entrou na Copa como vice-campeão estadual (sim, a final de 2012 não foi Gre-Nal, mas Inter e Caxias). Portanto, era justo que estivesse em posição superior no ranking nacional dos clubes.

Só que a turma do Sul Fluminense não estava nem aí para isso. Jogando no Estádio do Trabalhador, em Resende, venceu a partida de ida por 2 a 1. 3 de abril foi a data do jogo.

"Que legal! Vamos conhecer a Serra Gaúcha! Só não podemos tomar muito vinho ou espumante por lá, ou vamos perder igual ao Voltaço. E precisamos só de um empate. O estádio onde vamos jogar se chama Centenário, nada a ver com ressaca. Pelo amor de Deus."

Devem ter bebido com moderação. Ou nem bebido. Pois, em 18 de abril, conseguiram segurar o 0 a 0. Justamente o empate que lhes era necessário.

Pela primeira vez nesta série, fala-se de um time que conseguiu passar de fase na Copa. Parabéns ao time resendense. Muitas vezes, para um time que está lá embaixo no ranking da CBF e na Série D ou em série alguma do Brasileirão, isso é quase um título.

Mas o Cruzeiro seria o próximo desafio. E põe desafio nisso. Não é um genérico, como o Fluminense de Feira, Flamengo do Piauí ou Santos do Amapá. É o Cruzeiro mesmo. O de Minas Gerais. "Tão combatido, jamais vencido". A Raposa. Campeã brasileira e bicampeã sul-americana.

Sim, pela primeira vez também, vamos falar sobre um confronto com um time grande. Com um dos 12 maiores do país.

E deram tchau com duas derrotas, como esperado. 2 a 1 em casa (1º de maio) e 4 a 0 em BH (22 de maio).

Não há nada que se ficar triste com isso. Não há que se pensar que ter um time de grandeza nacional como adversário (no caso do Resende, um de fora do Rio) é quase uma derrota, mas que ter a oportunidade de enfrentá-lo é uma grande vitória. É um momento que fica na história do clube. E que faz da Copa do Brasil essa competição tão divertida e interessante.

Minas Gerais

Para 2013, a terra do pão de queijo teve direito a quatro vagas na Copa, das quais três vinham do Campeonato Mineiro e uma da Taça Minas Gerais.

O Atlético foi o único representante do Estado na Libertadores. E, completando com América e Cruzeiro o grupo dos três primeiros do estadual de 2012, passou a vaga no início da Copa para o quarto colocado.

No caso, o Tupi.

A estreia do Galo Carijó de Juiz de Fora seria contra o Luverdense.

Os dois times haviam disputado, um ano antes, a Série C do Brasileirão. Mas suas campanhas foram bem distintas.

Enquanto os mato-grossenses ficaram a uma fase de subir para a Segundona, os mineiros acabaram voltando à Série D, um ano depois de deixá-la (e deixá-la com o título).

O Tupi queria esquecer o passado. Águas passadas não movem moinhos. Nem vencem jogos.

Jogo de ida, 10 de abril, em Juiz de Fora. Vitória do Galo por 1 a 0 e passagem garantida para Lucas do Rio Verde.

Lucas do Rio Verde. Você sabia que essa cidade existia antes de conhecer o Luverdense, clube fundado em 2004? E será que alguém do Tupi já tinha ouvido falar nela?

Bom, certo é que o time alvinegro não levou boas lembranças desse município que fica a mais de 300 quilômetros de Cuiabá. Em 17 de abril, exatamente uma semana depois de vencer, tomou de 3 a 0 e se despediu. Poxa, como está difícil falar de alguém que passou de fase. Por enquanto, só o Resende mesmo (põe no Cidade!).

Rio Grande do Sul

O futebol gaúcho tinha quatro vagas reservadas para a Copa: os três primeiros do estadual e um dos finalistas da Copa Federação Gaúcha.

Como dito antes, Internacional e Caxias haviam decidido o Gauchão em 2012. O que não significa que o Grêmio não tenha feito valer sua grandeza: foi o terceiro na classificação geral, o melhor dos não-finalistas.

E foi também o Imortal Tricolor o único representante da terra do chimarrão na grande competição continental, passando a vaga na primeira fase da Copa para o quarto colocado.

Que foi o Veranópolis, um dos times mais coloridos do país. Você conhece mais algum que tenha cinco cores? No caso, azul, amarelo, verde, vermelho e branco.

Primeiro oponente? O Santo André.

O time da cidade que é a letra A do ABC Paulista conhece bem a Copa. Mais que isso, tem boas lembranças dela. As melhores possíveis.

Ah, aquela edição de 2004.

Vamos aumentando a frase.
O título.
O título em cima do Flamengo.
O título em cima do Flamengo no Maracanã.
O título em cima do Flamengo no Maracanã com mais de 70 mil pessoas vendo.

Time não tão antigo, fundado em 1967. Sem tradição em competições nacionais. Um completo azarão num torneio tão grande e cheio de astros.

Ah! Que time desses, menos conhecidos, não sonha com um momento em que não precisa do TEM BOLA NA TUBA para ter destaque?

Pois é. Só que já haviam se passado nove anos. E o cenário era bem diferente.

O Santo André amargava a segunda divisão do Paulista. Quer coisa pior que cair no estadual?

E, no Brasileiro, tinha acabado de chegar ao fundo do poço, vulgo Série D.

O primeiro jogo foi no dia 3 de abril, na Serra Gaúcha. O Veranópolis aproveitou essas quedas brutais das quais o adversário juntava os cacos e venceu por 1 a 0. "Bah, tchê! Vamos lá conhecer o ABC!"

"Mas espera aí, gurizada. Quantas finais de Copa do Brasil nós temos? Quantas vezes já fomos longe em nível nacional?"

Sim, os paulistas não viviam seu melhor momento. Mas na partida de volta, em 17 de abril, fizeram valer sua experiência e reverteram o placar da ida. 2 a 0. E lá se foi o VEC.

Chegamos ao fim dos times.

O que podemos concluir?

No total, foram quatro times. Recapitulando: Resende, Volta Redonda, Tupi e Veranópolis. E você percebeu que TODOS conseguiram vencer seus jogos de ida, pelo menos os de ida, na primeira fase?

E que um deles conseguiu passar dela? Mas foi um só.

Podemos concluir que esses times deram algum valor à vaga que esperaram aproximadamente a metade de um ano para obter. Souberam aproveitá-la ao menos por um jogo.

Mas sempre é possível ir mais além. Pois assim é o futebol. Basta acreditar, e não apenas jogar por jogar. Certo, Resende?

"Aquele que diz que 'o importante é competir', provavelmente perdeu."

No próximo texto, trataremos das vagas adicionais abertas para 2014.

Até lá!