Data FIFA: destaques do outro lado das seleções

Nossas queridas seleções! Crédito: Ozan Kose/AFP

Tem crescido recentemente na nossa mídia esportiva o uso da expressão "Data FIFA".

Assim o órgão máximo do futebol chama oficialmente os dias reservados para jogos entre seleções nacionais.

Tais jogos podem ser amistosos ou oficiais. Se são pra valer, em geral são eliminatórias para a Copa do Mundo ou torneios continentais.

No caso da Data FIFA deste mês de setembro, temos as partidas que definem os participantes da UEFA Euro (aqui conhecida como Eurocopa) e da Copa Africana de Nações.

E, na nossa América do Sul, foi dado o primeiro passo no caminho da maior festa do planeta bola. Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026! Começou aqui, minha gente!

Por que será? Fácil.

Você sabia que a Conmebol é a confederação continental com o menor número de membros? São 10 no total. Nosso Brasilzão e mais 9.

Até a OFC, da Oceania, tem mais filiados no quadro da FIFA. São 11. E isso porque Palau, Micronésia, Ilhas Marshall, Nauru, Tuvalu e Kiribati nem fazem parte.

Em contrapartida, a europeia UEFA tem 55 seleções como membros. A africana CAF, 54 (sem contar Reunião e Zanzibar, não filiadas à FIFA).

Por isso, faz sentido que já estejamos na batalha pelas vagas no Mundial. Nosso continentalzão, a Copa América, não precisa de eliminatórias. Não há motivo para tal!

Sem mais delongas, vamos ao que interessa.

Começamos pelas eliminatórias sul-americanas. De Brasil, treinador novo e o escambau, todo veículo fala.

Portanto, vamos falar da Venezuela. Você sabia que a Vinotinto é a única seleção da Conmebol que nunca esteve no Mundial?

E já começou perdendo, 1 a 0 para a Colômbia. Não só isso: foi a primeira a sofrer um gol na competição. O autor foi Rafael Borré.

Aí veio a segunda partida, contra o Paraguai. E, com ela, um fio de esperança. Sim, a primeira vitória! 1 a 0 também, gol de pênalti do veterano Salomón Rondón. Ele, aliás, é o maior artilheiro da história da Seleção Venezuelana.

Observação: Guiana e Suriname são geograficamente sul-americanos, mas preferiram fazer parte da Concacaf. Ou seja, vivem enfrentando equipes das Américas do Norte e Central.

Entre as que já estiveram lá, a que está há mais tempo longe da festa é a Bolívia. Sua última presença foi em 1994.

E o início de La Verde não foi dos melhores. Pelo contrário. Mas também, ter Brasil e Argentina como primeiros rivais já é meia derrota.

Pronto! No primeiro jogo, 5 a 1 para a Canarinho. No segundo, 3 a 0 para a campeã Albiceleste.

Total: 2 derrotas, 1 gol marcado e 8 sofridos. Oooooito. Em dooois jogos.

As rodadas iniciais dão a entender que não será desta vez que veremos os bolivianos na Copa neste século 21. Mas são só iniciais. Todo mundo é quase igual.

E vale lembrar! Para o Mundial de 2026, a Conmebol terá duas vagas a mais. Mais chances para todos!

Agora, vamos ao Velho Continente. Como está a fase classificatória da Euro?

Vamos fazer assim, pra começar: quais seleções estreantes se garantiriam no maior continental do mundo, se tudo terminasse agora?

Bom, vagas diretas para elas não haveria. Todas as líderes e vice-líderes de grupos já estiveram ao menos uma vez na competição.

Por outro lado, a repescagem seria bem interessante: estariam nela nada menos que 7 possíveis caçulas. Mas não vamos ver agora quais seriam. Esperemos o fim das eliminatórias, para não estragar a emoção.

Até lá, vamos falar de quem está chamando atenção. Treinada pelo brasileiro Sylvinho (ui, Blau-Blau!), a Albânia venceu no último jogo a Polônia, do craque Robert Lewandowski. Mais que isso, assumiu a liderança do grupo E.

Não seria a primeira vez dos albaneses na Eurocopa. Mas a primeira faz pouquíssimo tempo: foi em 2016.

Parece até que são um país novo. Não são. Porém, fazem fronteira com alguns deles: os que faziam parte da Iugoslávia. Especialmente, Montenegro, Macedônia do Norte e Kosovo (que não é Sérvia - ao menos para FIFA e UEFA).

E na África?

Por lá, como na Europa, também acontecem as eliminatórias do torneio continental. No caso, a Copa Africana de Nações.

A próxima edição é 2023, mas vai acontecer de janeiro a fevereiro de 2024. Como assim?

É que a competição será na Costa do Marfim. Inicialmente, estava prevista para junho e julho deste ano. O adiamento para 2024 se deu por causa das condições climáticas. Para ser específico, da estação das chuvas no país dos Elefantes.

O clima mudou tudo. Igualzinho à última Copa do Mundo. Mas aquela, pelo menos, ficou pro mesmo ano, né.

Sobre as eliminatórias, atenção: já estão encerradas.

É isso mesmo. A vitória de Camarões sobre o Burundi, nesta terça-feira, foi o último jogo da disputa qualificatória.

Estão definidas as 24 seleções que disputarão a principal competição da África.

Sim, vinte e quatro. Isso é maravilhoso, não? Tem bastante espaço para equipes alternativas, que nunca vimos disputar um Mundial. Prova disso é que só metade das participantes já esteve no maior torneio do planeta.

Não haverá estreantes. Mas algumas seleções estrearam muito recentemente, como Cabo Verde (em 2013) e Mauritânia (2019).

E olhe só que legal: nosso idioma estará em peso! 6 países africanos têm o português como língua oficial, ou uma delas. Destes, 5 estarão na Copa Africana no ano que vem. A única exceção é São Tomé e Príncipe, que nunca esteve lá.

A próxima Data FIFA terá início em 12 de outubro. Vamos aguardar novas histórias curiosas!

Onde estão meus antigos rivais? - Balanço final

 

É chegada a hora, meus amigos.

Foram longos dias, em geral uma vez por semana, de viagens pela história recente do futebol alternativo do Brasil. A história dos times menos conhecidos. Mas não menos queridos.

Assim, já sabemos, na prática, o que pode acontecer com um time depois de jogar a última divisão do campeonato nacional.

Entre os que não conseguem subir, há aqueles que se licenciam e somem do mapa. Os que passam a viver só de Estadual, chegando até a cair nele. Também os que continuam tentando mais e mais vezes e ainda assim não saem da Série D.

Mas um campeonato existe para ter vencedores, né. E a Quartona tem os seus. Ou seja, aqueles que conseguem subir de nível. Alguns até mais de uma vez.

Afinal, será que vimos mais times melhorando de vida ou sumindo dos holofotes? Sem mais delongas, vamos às respostas.

Para não ficar muito chato e cansativo, elas virão na forma de um gráfico de pizza. (Ficou com fome aí? Gosto de pepperoni, atum e frango desfiado.)

Crédito: Tuba

O que diz esse gráfico?

Ao analisar cada "fatia" dessa pizza, podemos concluir algumas coisas.

Uma delas é que há muitos times que passam pela Série D e depois seguem sua vida normalmente, ainda que com dificuldades. Sumir das competições profissionais não se mostrou algo muito comum.

E, aqui, cabe um adendo. Um dos dois listados como licenciados é o Vilhena. O blog Um Grande Escudeiro informou em seu perfil no Instagram que o VEC será um dos participantes da Série B de Rondônia.

De fato, a tabela do torneio já está disponível no site da Federação local. E o Vilhena aparece nela.

Já o Palmas, que aparece como participante da primeira divisão estadual, desistiu do torneio. Foi rebaixado para a Segundona do Tocantins sem jogar. Disputaria a divisão inferior já neste ano, mas também abriu mão da vaga.

E a página Tocantinense Mil Grau disse no Instagram que o clube fechou as portas. Triste.

Voltando ao gráfico, também é possível notar que um grande número desses times - quase a metade - não ficou sumido do Brasileirão.

Ou seja, não vai passar 2023 enfrentando apenas equipes do mesmo Estado, em jogos oficiais.

Mas peraí. As divisões, né. Em qual delas a maioria desses 45 times está? Série A, B, C ou D?

Vamos então pedir mais uma pizzinha. Pode ser uma doce, de sobremesa, que tal? Banana com canela e suspiros, pode ser? Qual a sua preferida?

Crédito: Tuba

E esses dados, o que revelam?

Primeiro, mais da metade esteve na Série D de 2023. Alguns poucos até já saíram dela, como o Globo e o Jacuipense, mas não conseguiram se manter.

De fato, a história nos prova que a Quartona não é parada fácil. Quase todos os que subiram, salvo raras exceções, só conseguiram uma vez.

Em contrapartida, o número de times em divisões superiores é considerável. Somando os que estão nas Séries B e C, temos um total de 14. Sete em cada uma delas. Sete pecados capitais, dias da semana, notas musicais, cores do arco-íris.

Sim, os 14 na Segundona e Terceirona são menos que a metade dos 31 na Série D. Mas não devemos lamentar que eles são minoria, e sim celebrar o simples fato de serem 14. Todos merecem respeito e admiração.

Mensagem final

São vários os clubes que passam pela última divisão nacional e depois param de jogar por um tempo, ou até para sempre. Mas a imensa maioria se mantém de pé no futebol profissional. E, para muitos, a grande conquista chega.

Muitos desses times passam a ter só os Estaduais e alguns até são rebaixados neles. Mas uma coisa é certa: o trabalho não pode parar. A torcida merece. O futebol raiz merece.

Espero que tenham gostado da nossa viagem. É só mais uma parte deste projeto que seguirá.

"Eu sou brasileiro e não desisto nunca!"